sexta-feira, 23 de junho de 2006

IP'S

E sempre foi estranha a relação incontida e insuficiente que espreitava entre momentos frequentes. Sempre lhe estivera enraizada na memória a inevitabilidade da proibição da mistura laboral/amorosa.

Os dias eram agradáveis e deixavam, no entanto, algo (muito) a desejar. Olhava para ele com olhos de desejo que combatia com o misto de amoródio.

Joana-Alta, trabalhava na área das finanças. Conhecia Miguel-Moreno, como um número, mais um do rol dos trabalhadores independentes.

Estava inserido nos Livre Pensadores, tudo o que era esperado dele era que pensasse sem recurso a grilhões intelectuais. Podia muito bem ser integrado nos Pensadores Temáticos (cingidos só a um tema de pensamento), bem como nos Micro Pensadores (esmiuçavam o trabalho dos temáticos), ou então nos Pensadores Aleatórios ou brainstormers (todos os dias tinham temas diferentes de modo a que tivessem as ideias mais brilhantes).

Os Psicotécnicos indicaram-no como Livre Pensador por muitas razões sobressaindo uma, a grande quantidade de irídio no sangue.

A concentração de irídio definia a polivalência do indivíduo e Miguel-Alto, tinha-o em enormes quantidades, e não deveria ser contido nas gaiolas da obrigação.

Concentração de irídio no sangue definia possibilidades físicas fora da média, presente nos melhores desportistas.

Joana-Alta, tinha irídio na carteira, em lado nenhum do corpo, só nos acessórios, e não se interessava minimamente pelos Iridas-Positivos – a educação causara-lhe isso.

Uma anomalia financeira na folha de pagamento de Miguel-Moreno, fez com que tudo mudasse.

Amesterdão


Colares de todas as cores e feitios para alegrar as roupas e a alma.

Ainda tivemos tempo para dar umas voltinhas e com a máquina no coldre, qual cowboy qual quê, lá andámos perdidos pelas ruas de Amesterdão. Só apetece clicar a cada momento e vemos o cartão da máquina a ficar com cada vez menos espaço.

Estas fotos foram tiradas no Niewe Markt no Domingo de manhã. Vale muito a pena acordar cedo (mas não assim tão cedo - 8 da manhã e vamos a tempo) e ver as pessoas a montar as banquinhas. São todas muito simpáticas e querem é meter conversa.

Neste mercado simpático, na praça com o mesmo nome, pode-se comprar uma miríade de objectos ligados à decoração ou à cultura, como antiguidades, livros, gravuras, vinis, cd's, acessórios de moda, you name it.

Há para todos os gostos e a preços muito em conta, atrevo-me a dizer que os preços praticados são ainda mais em conta que em Portugal, com a vantagem de os holandeses gaharem mais que nós... Palavras para quê?!


É a 100 é a 100!

Gravuras e mais gravuras, desde publicidade dos anos 20 e 30, aos clássicos... As gravuras do Van Gogh são mais baratas aqui que no Rijks Museum ou no Museu dedicado ao artista, com a vantagem acrescida de estarem amarelados pelo tempo (ninguém vai acreditar que temos o original dos Girassóis, mas velhinho tem mais pinta!).




E a pracinha tem outra vantagem, fica rodeada de canais como este e com entrada directa para o Red Light District!


A entrada para o Red Light District

O Red Light não é o que todos imaginam: putas e vinho verde. No início de um dos nossos projectos conhecemos duas prostitutas que iriam servir de guias para os nossos clientes. São mulheres normalíssimas, bonitas e inteligentes; prostitutas porque gostam e não porque desgostam. Têm uma profissão como outra qualquer, com sindicato e boas condições de trabalho, e sem a hipocrisia que há nas nossas empresas. Uma mulher bonita que trabalhe numa empresa em Portugal ou em qualquer outro sítio do mundo, tem os homens a babar em cima e o objectivo a curto ou longo prazo é saltar-lhe para a cueca - o que não faz parte das suas competências. Estas ao menos sabem para o que vão.




Para um cheirinho da famosa noite de Am'Dam fica a decoração de um bar de seu nome Weber, na Museumplein, com cerveja muito barata (1,60€!) e música de ouvir e chorar por mais!




E ficam as saudades e a promessa que dia 12 de Julho lá estou outra vez!

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Ausência

Depois de prolongada ausência, vou aqui revelar e desvelar o meu paradeiro nos últimos tempos. A trabalho, fui obrigado a rumar a climas menos quentes e nada exóticos, se bem que fantásticos.

Ligam-me para me dizer que tenho que ir para França durante algum tempo e lá vou eu de armas e bagagens para Bruxelas, onde provei algumas cervejas, Lille no dia seguinte, e depois Calais.
Andar de bicicleta e tal, para explorar a área e ficar prontinho para a chegada dos clientes.
Dieta à base de Escargot (caracóis para quem não sabe) e Moules (mexilhões de todas as formas feitios e sabores).
Depois ruma-se à Bélgica, à famosíssima colónia balnear de Oostende e fim de semana no escritório da empresa em Amesterdão, com umas voltas de bicla pela cidade como não podia deixar de ser. Não me perguntem acerca dos coffee shops que eu estava a trabalho.
Volta-se para França, Bélgica e Amesterdão outra vez e está feito.

Uma semana de descanso pró inactivo (meaning sofá e televisão) e faz-se o Caminho de Santiago a pé desde Valença em cinco dias.
Mas isso merece um pouco mais de atenção…
P.s. As fotos que estão no post anterior não têm nada a ver com a Holanda (para que conste)