segunda-feira, 4 de abril de 2005

Não sei que mais escrever II

Ao contrário do que era usual, tudo o desconcentrava.
Uma criança de colo chorava e a mãe teimava em não o acalmar. Com a indiferença no olhar continuava a falar com a amiga e de quando em vez soltava um “o raio da criança não se cala” e continuava na sua estagnação de espírito que já lhe advinha da nascença. A estupidez momentânea, que passa por toda a gente sazonalmente, por álcool, sono ou distracção, até é aceitável e ludibriável, mas a congénita, nem pena se deve ter, não há solução e ponto final.
Cansou-se de observar aquela estupidez de cavalgadura e dirigiu a sua atenção para o papel em branco que devia encher-se de letras. Aquela alvura gritava-lhe aos olhos e deixava-o louco. Quanto mais olhava menos ideias lhe vinham à cabeça.

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