terça-feira, 18 de abril de 2006

as palavras que nunca Te direi

Por muito que tente nunca fiquei louco, pelo menos no cânone que rege o resto da humanidade. Sou salubremente regido por uma lei que não se aplica ao resto das pessoas. A quantidade de insanidade que me atinge seria suficiente para deitar abaixo um animal de pequeno porte, todos os humanos que convivem à minha volta, mas a mim… isto é coisa pouca, atinge de raspão e poucas marcas deixa.

Não tenho antídoto para isso, a não ser que se considere a escrita como algo incluso nesta prateleira de boticário.

Muitas vezes tentei chorar, só para saber que não tinha essa capacidade; que estava seco como um pequeno deserto, que nada brotaria da minha nascente, pouco importa. Não sou insensível nem nada que se assemelhe, sou eu igual a mim e a ninguém que conheço, no entanto não me sinto mais forte por ser assim (muito menos fraco).

Não te conhecia mas sinto que já tinha conversado milhões de vezes contigo; nunca te tinha visto mas a tua face transparece familiaridade a cada sorriso ou expressão mais carregada.

Apaixonei-me por letras tuas que aos poucos me iam preenchendo bocadinhos, lacunas que cá estavam. Desde miúdo que sempre li muito, que os meus amigos e paixões foram os livros, naqueles momentos em que me sentia mais só eles socorriam-me, os meus amigos imaginários, reais, que cheiravam a papel e ainda hoje cheiram… a recordação que tenho deles é o cheiro e o lugar na prateleira para aqueles que nunca comprei (amigos não se compram, conquistam-se) …

O mesmo se passa com as nossas relações especiais… há pessoas que nos conquistam inexplicavelmente de um dia para o outro, sem que percebamos porquê nem como: descobrimos que já conhecemos o seu cheiro como livro e que era uma história que estávamos à espera de ler.

Abrimos o livro e encontrámos palavras familiares, de uma vida que é nossa mas não é de hoje. Conheço-te não sei de onde mas reconheço-te.

Tenho força para isto e muito mais, não são só palavras escritas, são sentidas e declamadas com fogo, cor e muito vermelho e cheiro à mistura.

Ronrono só de pensar.

note that a cApital is use to emphasize a diviNity or someone similAr.

5 comentários:

noasfalto disse...

podes vir filho, já que as forças não te faltam...

Anónimo disse...

Oh que querido.... Muito obrigado meu cão sarnento que me cheiras sempre que me vês... E se és esperto como dizes ser, saberás quem sou, sem tirar nem por, não fosses o gajo da tomada entre os olhos! Porra que deves ter uma penca de meio metro para andares sempre a falar do cheiro deste e do cheiro daquele! Nunca mais cá volto óh mamilo enrijecido!

Anónimo disse...

Então não respondes a provoçaões, será que não tens palavras para tal virtuosidade, òh careca de capachinho!!

Brisa Intermitente disse...

se foste tu a escrever (nada de acusar de plágio hehehe) deixaste-me arrepiada.
adorei, porque reconheci um sonho comum.

palavras profundas e cheias de significado, donde vieram?...deixa, marcaram, é o k interessa

Andreia disse...

Adorei este post... sim, ja conheci pessoas assim... e quanto aos amigos, eu ainda ando a ler livros para compensar a falta deles (amigos)..
Quanto as palavras.. hoje postei acerca delas.. As vezes não são nada mais do k palavras.. just words.. fica bem, gostei de te ler