quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Sevilha




Em Sevilha tive uma série de agradáveis surpresas. A cidade para a quem conhece como vulgar turista é capaz de não impressionar muito, embora a Giralda e toda a zona histórica tirem a respiração a qualquer um. Mas…

Eu e o meu luso companheiro resolvemos ir à aventura sem mapa, só para ver no que dava. Ir sem rumo traz-nos sempre agradáveis surpresas e assim foi. Pelas ruas estreitas da zona histórica encontrámos praças, pracetas, cantos e recantos de inigualável beleza. De boca aberta e com a baba a escorrer íamos comentando, na medida do possível, pequenos pormenores arquitectónicos como as varandas em ferro forjado, as marquises em vidro e ferro com revolteios dignos de um bom escultor, imitando lanças e flores. Os estores em palha castanha que quando recolhidos iludiam a vista e singularmente se tornavam belos a cair em duas partes iguais só sustentados por uma cordita.

Os panais que cobriam as ruas para ocultar o branco e castanho das ruas do sol do meio dia que dizem, em Agosto ser o mais impiedoso da Península. Atravessam a rua lá nas alturas de um edifício ao outro dançando quando tocados por uma pequena brisa. Era capaz de me sentar e ficar horas a observar estas ondulações deste mar branco no céu.

As ruas estreitas mais que uma sensação de claustrofobia davam uma sensação de conforto e calor, muito graças às cores alegres com que os sevilhanos decoram as suas casas.
Em cada esquina hotéis simpáticos de duas e três estrelas que mais pareciam de 4 e 5 quando dávamos uma espreitadela no interior, sempre com uma sorridente e bonita sevilhana no balcão da recepção.

A simpatia é aliás um ex-libris desta cidade, mas também não é de admirar, a cidade respira turismo, no entanto não fazem como no Algarve em que é raro encontrar a simpatia. Arrisco-me a dizer que esta característica foi canalizada toda para aqui.

As pessoas parecem rudes no trato mas é uma espécie de capa, um pouco da amostra do seu humor. Cinco minutos depois já piscam o olho e riem-se enquanto mandam uma piadinha cáustica, bem ao meu gosto. Devem ter tirado um curso de humor negro.

9 comentários:

Freddy disse...

A minha irmãzinha q te diga quando nos lembrámos de ir até lá no meio de Agosto, assim com 48º (mesmo!) e ainda por cima subimos à Giralda... Qdo olhei para o meu pai, pensei q era um morango...E sem açucar!!!
Foste a Córdoba ou a Granada? O Alhambra é de um gajo ficar com os queixos caídos...

Abraço grande da Zona Franca

Hugo disse...

Estou a ver que tiveste umas boas férias por terras espanholas.

Quanto a Sevilha tenho uma opinião muito parecida com a tua

PR disse...

passei por aí, a caminho de marrocos. mas não parei. Quer dizer, a caminete não parou. Cádiz. Parou em cádiz, que é muito bonita. Quer dizer, parou uma horita, não deu para ver grande coisa. Depois continuou até Algeciras. Quer dizer, parou ela, porque eu não parei. Só parei depois do mar, em África.

(a)braço

Humor Negro disse...

Bem porreira essa cidade, principalmente a parte histórica.

noasfalto disse...

Eu não gostei...46º graus é muito e não deixa aproveitar...

Periférico disse...

Sevilha me encanta!;-)

É bom ter-te de volta por aqui!

Um abraço

noasfalto disse...

Esqueci-me de escrever "...gostei da cidade"
ABR

Fátima Santos disse...

tenho essa experiência...sozinha pela cidade e muito conversei sem saber espanhol! gente com esse travo, sim de humor! bela recordação me vieste trazer Bom fds

Sukie disse...

Estive em Sevilha por trê svezes (sem querer, foi o destino...), mas todas elas calharam de ser em Agosto, numa altura do ano em que faz muito calor e visitar o Real Alcazar é um suplício sudorífero. Nessa altura do ano a cidade encontra-se deserta, e como sempre BELA. Como não tive a oportunidade de a ver numa outra altura não posso opinar, mas em Agosto é vaga e triste e ao memso tempo é misteriosa e quente ;)