
A minha mãezinha bem me dizia "Vai para medicina"
Estava eu, por acaso, num hospital particular do Porto, quando se me deparou uma situação digna de nota.
Para vos enquadrar, tenho a dizer-vos que é uma das instituições mais ricas da cidade, e não vos vou dizer o nome (começa por “Venerável” e acaba em “Francisco” e no meio tem “Ordem” e “Terceira”) já que posso ferir algumas sensibilidades.
Esta instituição tem um parque de estacionamento que alberga cerca de 15 automóveis, 8 dos quais com um preço acima dos €75 000. Ele é Maseratti’s, Porsche’s, Jaguar’s, Mercedes topo de gama… vou-vos descansar e dizer-vos que não são da instituição mas dos médicos que lá prestam serviço – entram às 15:30 saem às 16:00 e embolsam €2 000. Nada mau.
Ora estes senhores doutores (vénias) que devem trabalhar em muitos hospitais, não sabem uma das regras básicas de comportamento junto a estas instituições. Acho eu, e elucidem-me se estiver errado, que não se pode buzinar junto a hospitais.
Estes senhores doutores (vénia e beijo no anel de curso) quando chegam ao portão da referida instituição, para não desalaparem o rabiosque do estofo de couro do seu bólide caríssimo, buzinam para o segurança ou o porteiro carregar no botão para lhes abrir o portão, incomodando os pacientes, na sua maior parte idosos, que recuperam da operação que o senhor doutor (vénia, beijo no anel de curso e “o senhor é um santo”) efectuou ela módica quantia de €2 000.
Senhor doutor (repreensão severa, chuto na porta do Maseratti e pazada de terra para dentro do carro) esfregue os olhos, para tirar os cifrões, e ponha os pés na terra da humildade e do bom senso.

Pazada de terra lá para dentro!