quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Lector in studio III


"O copo de vinho" - Johannes Vermeer - 1658-61

Vem daqui

Numa das suas incursões, viu um grupo de peregrinos romando a uma capela das redondezas que tinha como orago S. Bartolomeu, resolveu segui-los. Esta capela ficava situada na bordejadura do mar e os romeiros, mais ou menos bem informados da topografia e geografia da zona, mais mal que bem como vamos constatar de seguida, sabiam que uma das premissas para obter os favores deste santo, de poderes difusos mas eficazes, era dar sete mergulhos nas ondas do mar.
Chegados a uma montanha semeada de batólitos graníticos, que não teria mais que 150 metros de altitude mas com um declive algo considerável, e vendo todo o espaço à sua frente semeado com bancos de nevoeiro, os caminhantes não tem mais nada e, um após outro, atiram-se de cabeça em direcção ao precipício, tendo como resultado cabeças rachadas, braços e pernas partidas e escoriações em várias partes do corpo somenos importantes para aqui estarem a ser descritas ao pormenor.
Não havia memória de caso tão insólito e no hospital, onde Orniciteplático nascera anos atrás, muito menos. Também, e a bem da verdade diga-se, nunca tinha havido registo de toda uma população adulta de uma aldeia estar internada no mesmo sítio pela mesma causa disparatada com consequências tão díspares.
Este episódio, para além de insólito aos olhos do pequeno explorador, foi acima de tudo incompreensível. Anos mais tarde o Gerador explicar-lhe-ia que as pessoas daquela freguesia cultivavam e bebiam um vinho que, se cria, provocava danos cerebrais irreversíveis.

Episódios destes interrompiam as suas explorações com uma frequência que não lhe fazia muita diferença, mas que a certa o altura o tornaram num viciado em histórias insólitas, que registava mentalmente no pequeno cérebro, com esperança que se não produzissem vinho num futuro próximo, pelo menos seriam passas.


7 comentários:

Humor Negro disse...

Meu caro amigo, passa um feliz natal. Votos de um grande ano para ti.
Um Abraço

Zeca disse...

Boas Festas com a maior loucura possível.
Estás no Plagiadíssimo.

kiko disse...

O existente está melhor, mas o problema virgolino subsiste em alguns sítios mais recônditos! qualificar é bom, mas o que é bom é para ser com peso... é que chega a um ponto em que o dicionário já está lá todo! Cuidada a pena, merecia justificação de alguns dados mais insólitos... Abraçossssssssssss

Freddy disse...

Ah agora somos loucos por comentar aqui???

Saudades da Zona Franca que hoje faz 2 anos...Parabéns a nós!!!

noasfalto disse...

Temos que descobrir esse vinho!
Abraço

Anónimo disse...

Miguel
Curioso, ao ver esta obra prima de Johannes Vermeer, lembra-me a tela de José Malhôa, em que a pequena é seduzida ,não com um copo de bom vinho, mas com um fado cantado a preceito.Não me recordo se é uma aproximação à Severa e ao Conde Vimioso.
Aproveito para desejar ao Zona Franca os meus parabens pelo 2º aniversário!Que continue e gosto do seu novo visual
Abraço Adriano

CS disse...

Vermeer é sempre bonito e fica sempre bem, mas esse vinho de que falas... é preciso encontrá-lo...

... por razões estritamente científicas, é claro, que eu nem gosto de vinho!