Tântalo, loiro, com o cabelo em desalinho, estava no momento a preparar o doutoramento num insuspeito tema que agora não vem ao caso. Ria com voz de tenor e olhos azul água. Era o mais novo do grupo, mas sem dúvida, o que melhor tirara proveito dos ensinamentos académicos.
Sempre cheio de ideias virtuosas, quando bebia deixava a imaginação cavalgar os devaneios do disparate, fazendo, no entanto, questão de tornar explícitas os mesmos. A sua inocência era uma capa para esconder os mais íntimos desejos que a sociedade proibia com mão de ferro, bem como a educação cuidada.
Ganhara o epíteto devido ao seu eterno caso amoroso. Rebolava a mesma namorada pela colina da vida acima há anos sem conta. Quando chegava a um certo ponto olhava para outra e lá lhe escapava o penedo por entre os dedos. O remorso fazia com que descesse a colina e voltasse a rebolar o batólito pela colina acima. Vezes sem conta acontecia, as escapadelas eram constantes, e o Penedo, assim chamava o grupo à eterna namorada, era uma apaixonada invencível, em linguagem de homem, crente.
1 comentário:
Desconstrois toda uma filisofia positivista que criei para a minha existência... Seu herege!!!!!
Enviar um comentário