Narciso cumprimentou com alegria na voz e no coração, os amigos, e como era uso sentou-se no topo da mesa.
Anfitrião chegou com o seu copo e a multa. Nomeou-se o escriba da acta, e com solenidade sorrida, Narciso, declamou a fórmula de abertura.
“Aos doze dos idos de Dezembro de um ano que não é para aqui chamado, na sede deste incomum organismo, com a assistência etílica de Anfitrião e com as presenças dos ilustres membros Tântalo, Midas, Minotauro, Cloaca Massima, antes conhecido como Édipo, e eu próprio, Narciso, presidente desta pandilha de bêbados e putanheiros, declaro solenemente iniciada esta reunião da Liga das Quecas Extraordinárias. Que as putas e o vinho verde estejam convosco.”
Nos primeiros anos de faculdade o grupo, em conversa de ressaca, descobriu que cada um tinha a propensão especial para histórias de cama no mínimo rocambolescas. Numa tentativa de não as deixar escapar em qualquer tradição oral, resolveram criar reuniões mensais, para se rirem uns dos outros e passar para o papel as aventuras e desventuras de tão heterogéneo grupo.
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