sexta-feira, 19 de novembro de 2004

Liga das Quecas Extraordinárias VII

O sigilo em torno das reuniões era total, embora por vezes tenham sido surpreendidos na sede por conhecidos de um ou outro, mas o vinho era a melhor desculpa para a presença dos cinco no mesmo sítio. As actas eram escritas à vez em toalhas de mesa, e guardadas num cofre portátil com combinação e chave, que desde sempre estivera à vista de todos na tasca de Anfitrião, que não sabia nem queria saber o que lá estava. Tinha consciência que era uma carolice dos rapazes que lhes reforçava a amizade e lhe preenchia as horas mortas da tarde e os bolsos com mais algum uma vez por mês.

O nome das envolvidas nas histórias nunca poderia ser referido, se bem que indirectamente havia algumas, como o Penedo de Tântalo, que era impossível esconder. Não eram permitidas descrições de actos sexuais ao pormenor, mas esta regra nem era muito difícil de cumprir, primeiro pela educação cuidada dos membros e depois porque não havia mulheres no grupo.

Os homens são naturalmente boca-de-incêndio, contam, falam e voltam a contar, com mulheres no grupo ou não, as suas aventuras sexuais. As mulheres por seu lado, escandalizam-se com a abertura dos homens em relação ao tema, mas quando estão acompanhadas só pleo seu sexo, chegam aos limites do pormenor, tanto é que, por vezes, os homens sentem-se por completo despidos pela melhor amiga da namorada com aquele olhar…”com que então perdeste cacete na noite de 23 de Novembro de 1933 por volta das 23:15!”

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