sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Rua 2

A noite caiu e o dia entrou-lhe pela alma sem pedir licença. A sua natureza noctívaga rejubilou com a ausência do sol. Estava sentado há tempo sem conta à porta da loja. O passeio gelara-lhe os glúteos, mantendo-se desperto em considerações várias sobre aqueles olhos verde pinheiro nórdico que lhe trespassaram a alma.
Sete e um quarto. Com passo seguro saiu pavoneando com simplicidade o corpo bem feito, mas não demais, que corava de inveja devido aos olhos que comandavam toda a mole de carne com energia categórica.
Miguel cortou-lhe o caminho e agradeceu o curativo feito há horas sem conta.
- Gostas de surpresas?
- Sim. Testa-me - e sorriu.
Minutos e poucas palavras depois, um empregado com um impecável avental/macacão azul-escuro dirigiu-se-lhes com uma bandeja carregada com o esplendor de dois cálices âmbar de Vinho do Porto.

3 comentários:

Periférico disse...

Vai um brinde?;-)

Um abraço e bom fim-de-semana

Sukie disse...

Hummm...um bom cálice de um bom vinho do Porto...

Anónimo disse...

Lindo, maravilhoso e altamente romântico! Uma história de encantar, arrepiar e de invejar! :)