terça-feira, 20 de julho de 2004

Vilar de Mouros


Quem não foi devia ir. Quem já foi devia voltar. Quem esteve lá este fim de semana devia ter juízo e estar a dormir! Não há explicação possível para tal estado de euforia que contagia pessoas de todos os credos, idades e mentalidade anarco-social. A cerveja e os vários tipos de drogas que por lá se vêem não são desculpa suficiente para todo e qualquer tipo de cenários que se constróem de um momento para o outro.
Primeira regra de Vilar de Mouros, não há coincidências. Todas as pessoas que se encontram lá não o fazem ao acaso, há uma arquitectura sobrenatural que faz com que aquilo que procurámos não venha ter connosco, e as companhias indesejadas, vulgo cromos, colam-se a nós como cola, parafraseando um amigo "se fossem moluscos eram lapas". Não falo ao acaso, já que um cromo, perseguiu-nos desde a primeira noite aparecendo nos locais mais insuspeitos, acreditando piamente que eu era holandês, mea culpa, e sempre que eu mencionava esta personagem, lá aparecia ele do nada. Foi visto pela última vez em direcção à festa de Trance agarrado a um camião do lixo. Espero que tenha sido despejado bem longe. Perguntaram-me a certa altura se eu não me perdia dos meus amigos, ao que respondi que eles me encontravam sempre, quando acabei a frase lá vinham eles na minha direcção, o que provocou a gargalhada geral, já que isto estava sempre a acontecer, nos momentos mais estranhos.
Pior ainda foi quando descobrimos que éramos mais conhecidos que o termómetro, eu sei que não é assim que se diz, mas quando tentei dizer a frase correcta, não me conseguia sair a palavra tremoço. Coisas da vida.
Aconteceu este episódio numa das muitas barracas de SuperBock do recinto quando uma menina perguntou ao Pedro, que lá foi sozinho, se "os outros dois já tinham desistido". Foi uma constatação de que devíamos ir lá imensas vezes, mas não nos dávamos conta, mas não era difícil de reparar no Capuchinho Vermelho e nos dois Moicanos, um ruivo e um moreno. Segunda regra de Vilar de Mouros: não há mosquitos em lado nenhum! Há Vampiros, e aos milhares! Quando se chega à vila começa-se a constatar que se é atacado a cada dois segundos por uma espécie baptizada prontamente de Mosquito Cão, porque morde e não larga. Quem inventou a anedota "Qual é a diferença entre uma loira e um mosquito", não esteve em Vilar de Mouros, porque quando se bate nestes mosquitos eles continuam a chupar como as loiras da anedota. Aliás a organização, para o próximo ano,  vai substituir as pulseiras amarelas e vermelhas porque as mordidelas que toda a gente tinha dava para ver quem estava no festival!

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