Calmamente e sem muito estrilho , volto-me para ver se realmente estou a ser observado. Sinto o olhar penetrante a despir-me mais uma vez. Tento sorrir mas fico gelado. Petrifico-me e sinto-me a ser banhado por nitrogénio líquido. Acho que se alguém me tocar, me vou partir em mil bocadinhos, como aquele do Exterminador Implacável II. Devia ter vergonha de sequer ter uma referência cultural destas na cabeça. Como diz um amigo meu, “o saber ocupa espaço”, e eu tenho tanta merda a boiar em forma de informação, que a minha cabeça já deve ser a porra da Cloaca Massima de Roma. Assim, sim, já gosto mais. Isto é uma referência cultural.
O empregado que me tem conspurcado o cartão com rabiscos, põe-me à frente uma cerveja e uma rosa vermelha. Diz-me em surdina que foi uma cliente que ofereceu. Fico parvo para a minha vida! O quê agora os papéis invertem-se? Olho para a mesa da jovem com a secreta esperança que tenha sido ela e não uma gorda qualquer, ou pior, a Tia da Mala. Raios! não consigo vê-la!
CONTINUA
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