sexta-feira, 4 de novembro de 2005

02.40 Am


"Beer an lamp" Rich Bach

Toca o telemóvel. Miguel pisca no display. Ela põe em silêncio e considera não atender.

“É melhor atender… afinal gosto do cheiro dele.”

"E dos peitorais".
Ainda hesita e pensa: "Será que estou pronta para isto?!"

Atende e geme-lhe ao ouvido o desejo de estar com ele. Com experiência na voz desculpa-se (nas entrelinhas) da hora das sms. Não é de hoje nem de um passado recente, é a continuação do que deveria acontecer.

A relação sempre foi frugal, demais para o seu gosto. Estivera alheada dele muitas vezes. Era uma relação estranha: conheciam-se há muito tempo mas nunca nada se concretizara. A provocação foi sempre uma constante: olhares profundos a meio milímetro de distância, lábios quase a tocar-se, as auras a tocar-se (o calor das bocas não dirigido aos ouvidos mas à outra boca, como se a comunicação não necessitasse de mais nada, só de contacto).

Uma noite em que estavam juntos nestes jogos algo aconteceu: ele consegue exprimir por palavras o que lhe corria nas veias como um rio de lava. Ardia de desejo físico e intelectual e resolvera fazê-lo naquele momento em que todas as suas baterias anímicas se encontravam no máximo da carga.

Miguel pensava com o seu ziper: “Hoje consigo tudo o que quiser. Dois crofts no bucho e não há quem me pare!”

No ambiente de fumo ela estava indescritível mas os olhos azuis diziam:

- Presente.

Miguel intrometeu-se entre ela e a cerveja. Cuspiu palavras secas e confessou que tinha companhia. Como se nada fosse, a mão dela deslizou para o rabo dele e sentiu a firmeza de muitos quilómetros percorridos.

- Sabes que sempre foste a minha mulher fetiche?! Que pergunta estúpida! Claro que sabes, é impossível disfarçar, muito embora eu ande a tentar deixar de ser m livro aberto que se lê de trás para a frente e depois se rasgam as páginas.

- Qual é a relação disso com a minha mão?!

- Nenhuma, apeteceu-me.

Com a mão a tremer, Miguel segura no telefone e propõe uma garrafa de vinho e uma "pasta".

7 comentários:

kiko disse...

Leio depois de arrumar livralhada... isto está pesado... para mais de 30 quilos.... Abraço ;)

kiko disse...

É para ganhar carago!!! até os comemos!!!! ;) Abraçola

Anónimo disse...

então era esta a história que tinhas para me contar e que te trouxe recentemente à terra dos 3 p's...
eu conhecia uma história parecida, mas com personagens diferentes e sem a mão no rabo...
um abraço e boa sorte para o desfecho

PR disse...

glúteos rijos...

Morwen disse...

isto é peitorais, é nádegas, é cheiros... mmmm....és um adido em anatomia! mas, enfim... quem não o é?! faz parte da nossa natureza, eternos animais subjugados por concepções moralistas que só dão problemas estarmos ligados nossa anatomia e à(s) anatomia(s) que nos rodeiam... ao menos és fiel à tua anatomia...
beijo...

kiko disse...

Três ou quatro coisas:

Nos peitorais, qual o tamanho? O teu sim, sempre te quis dar um sutien, mas nunca soube o teu tamanho! :D:D

Nos glúteos, quantas vezes tiveste a sofrer para ir à sanita? Assim sim, cria-se massa rija!!! :D:D:D

No coração ficou uma passagem inesquecível e viciante, é a alma da paixão a fumegar e a mutar-se naquela coisa estranha em formato bombeante... ;)

Abraço

PS: Vê lá, até já lhe acho piada só por causa disso!

noasfalto disse...

A mão dela deslizou para o rabo dele? E ele deixou? Era a casa da mãe Joana?